O sentimento de culpa pelos pecados que cometemos é um sinal de que nossa relação com Deus sofreu um abalo. É um aviso imediato de que nossa atitude transgrediu a lei moral de Deus e que por isso somos separados d’Ele, já que a santidade do Senhor não cohabita com o pecado.
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
Romanos 3:23
Este sentimento de culpa nos alerta e normalmente é o suficiente para que possamos refletir e nos arrependermos do pecado. Mas e quando este sentimento não passa, quando achamos que Deus não nos perdoou, que nosso pecado foi muito grave e que para nós não exite mais salvação?
Aqui preciso fazer uma pausa para explicar que estou falando com crentes – convertidos, possivelmente batizados, mas que por algum motivo pecaram de maneira “mais grave” e temem não haver mais saída.
Se este é o seu caso, entenda que o sacrifício de Jesus Cristo e a salvação pela Graça são ações perfeitas da parte do Senhor, que não dependem da nossa bondade ou boas obras, mas apenas do nosso arrependimento e confissão dos pecados.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.
1 João 1:9
Entenda que Jesus requer daqueles que o seguem que se comportem como Ele (que andem assim como Ele andou). Na sua primeira carta universal, o apóstolo João nos explica claramente sobre isso entre os capítulos 1 e 3.
Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Mas, se alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.
1 João 2:1
Perceba que João está falando com crentes (“para que vocês não pequem”). Ora, se a Bíblia diz que todos pecaram, de que tipo de situação João estaria tratando senão de crentes que novamente caíram no pecado? Para estes, “temos um Advogado junto ao Pai”. Entenda o seguinte princípio: o pecado é uma ação de rebeldia contra Deus, e sendo Ele o ofendido, decide o que precisamos fazer para sermos perdoados.
Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados.
Hebreus 10:4
Debaixo da Lei o sacrifício dos animais trazia perdão, mas isso foi uma liberalidade do próprio Deus, já que Ele próprio proveu para si um sacrifício perfeito, também por Sua própria vontade, Jesus Cristo, nosso salvador, através do qual podemos ser justificados.
Em Mateus 18 Jesus é questionado por Pedro sobre quantas vezes terá que perdoar alguém que o ofende – seriam sete? A resposta de Jesus nos dá uma ideia sobre o caráter misericordioso de Deus: “setenta vezes sete”. É claro que 490 vezes não era o que Jesus queria dizer, mas Pedro foi orientado a perdoar sempre que fosse necessário, não sendo permitido a ele recusar um pedido de perdão genuíno.
Se Cristo nos pede para perdoarmos nossos irmãos sempre que houver arrependimento, Ele não fará o mesmo? Será que nesta passagem Deus está nos cobrando algo que Ele mesmo não faz?
Por isso deixe esse sentimento de culpa de lado. Você nunca estará tão sujo com o pecado a ponto de não ser perdoado por Deus após uma confissão com arrependimento verdadeiro.